Conservar é melhor do que restaurar?

Quando tratamos de bens tombados, existem três conceitos importantes que todo proprietário deve conhecer para cuidar de seu imóvel e, principalmente, facilitar a interlocução junto aos órgãos fiscalizadores.

Dentre as cartas patrimoniais, a Carta de Burra define os termos conservação, preservação e restauração:

– conservação: designará os cuidados a serem dispensados a um bem para preservar-lhe as características que apresentem uma significação cultural.

– preservação: será a manutenção no estado da substância de um bem e a desaceleração do processo pelo qual ele se degrada.

– restauração: será o restabelecimento da substância de um bem em um estado anterior conhecido.

Assim, a conservação caracteriza-se como aquelas ações que pretendem garantir a integridade do imóvel a partir de intervenções pontuais como limpeza geral, revisão de telhado e substituição de vidros quebrados. Enfim, são ações preliminares que garantem a integridade do imóvel sem que seja necessário intervir ou alterar as características históricas do bem em questão.
No caso da preservação, pretende-se garantir a integridade do imóvel, ou seja, resguardar o bem cultural prevenindo ações prejudiciais e garantindo sua saúde.
Apenas no processo de restauração é que as intervenções em grande escala acontecerão. Nesse caso, o imóvel atingiu um grau de deterioração que necessitará uma intervenção onde serão recompostas as partes do edifício que estão degradadas, sempre com base em estudos sobre a história do bem, as características que deram origem à sua proteção, seus materiais constituintes e outros pontos de acordo com as particularidades de cada bem cultural.
Dessa forma, sempre que tratarmos de arquitetura histórica, esses conceitos deverão ser considerados. Conservar e preservar será sempre a ação inicial. Dessa forma, a restauração não será necessária.

O ditado “melhor prevenir do que remediar” aplica-se completamente no caso da arquitetura tombada, pois será sempre melhor – e mais barato – conservar e preservar do que restaurar.

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